domingo, abril 27, 2008

[25.de.abril]

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar...

Fragmento da letra original da musica Tanto mar
De Chico Buarque, vetada pela censura
com
gravação editada apenas em Portugal em 1975.

sexta-feira, abril 25, 2008

quinta-feira, abril 24, 2008

[se.alguem.perguntar.por.mim]

...dizqueeufuiporaí,levandoumviolãodebaixodobraço
emqualqueresquina,euparo,emqualquerbutiquim,euentro
esehouvermotivo,émaisumsabaqueeufaço...
¡enhorabuenalolisssssssssss!

[idéiagenialdaRitaLee]


No programa do Amaury Jr., a cantora e ativista Rita Lee teve uma
daquelas idéias brilhantes, dignas do seu gênio criativo.
Reclamando da inutilidade de programas como o Big Brother, ela deu
a seguinte sugestão: colocar todos os pré-candidatos à presidência da
República trancados em uma casa, debatendo e discutindo seus
respectivos programas de governo.
Sem marqueteiros, sem máscaras e sem discursos ensaiados.
Toda semana o público vota e elimina um.
No final do programa o vencedor ganharia o cargo público máximo do país.
Além de acabar com o enfadonho e repetitivo horário político, a
população conheceria o verdadeiro caráter dos candidatos. A idéia não
é incrivelmente boa?
Se você também gostou, mande essa mensagem para os amigos e faça
coro pela campanha:
Big Boss jà!

segunda-feira, abril 21, 2008

[duashomenagens]

Hoje eu acordei (não com saudades de você como na praça), mas com vontade imensa de fazer duas homenagens. Uma ao nosso ilustre conterrâneo, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, pelo seu dia 21, (parentese, aniversario da morte do Tancredo! ah! mas eh homenagem demais, fica para a proxima!) continuando... e outra, à nossa inesquecível mestra, Dona Guiomar Sampaio, pelo hino em homenagem ao inconfidente, que nós cansamos de cantar junto a ela, nas nossas deliciosas e melodiosas aulas de elemento de canto orfeônico, que por acaso eu só tirava notas ótimas (raridade pra ser verdadeiro!). Então... eu já despertei com a musica na cabeça, zuando o tempo todo:

Tiradentes um herói altaneiro.
Que da pátria o amor conquistou.
Foi um vivo farol que ligeiro.
Acendeu e depois apagou... (coitado!)

Tiradentes, Tiradentes,
Filho de Minas Gerais.
Os brasileiros te veneram,
E nós mineiros muito mais.

Tiradentes, Tiradentes,
O teu vulto varonil.
Vive ainda,
Vive ainda,
No coração do Brasil!

Aí, (não acabou!) fui ao Google (aprendi com a minha amiga Graça! Esse google é demais! Não sei o que seria da gente sem ele!) pronto... Digitei lá ``Tiradentes um herói altaneiro que da pátria o amor conquistou´´ e qual foi a minha surpresa?...
Aparece na primeira linha... HINO DA CIDADE DE JOAO PESSOA

E eis:


Lá do norte,
um herói altaneiro
que da Pátria, o amor conquistou
foi um vivo farol que ligeiro
acendeu e depois se apagou

João Pessoa , João Pessoa
bravo filho do sertão
toda Pátria espera um dia
a sua ressurreição

João Pessoa, João Pessoa
o teu vulto varonil
vive ainda , vive ainda
no coração do Brasil

http://letras.terra.com.br/hinos/787551/

Olha só! Que deceção (na nova ortografia portuguesa!) FIQUEI BOBO!
Para mim esse hino sempre foi da autoria da Dona Guiomar, não é não?

É plágio total... E nesse caso eu nem concordo com Millor Fernandes que diz que plagio é alguém ter a mesma idéia da gente, antes da gente... Nesse caso num dá! É igualzinho mesmo!
E a preciosidade da rima e a riqueza das palavras, só podem ter saído de uma única pessoa! Mirem!...um herói altaneiro que da pátria o amor conquistou, foi um vivo farol que ligeiro acendeu e depois apagou! É realmente DEMAIS.

O segundo estrofe claro que mudou, pois fala do homenageado:
No mineiro, rima varonil com Brasil e o paraibano rima sertão com ressurreição! Cada um cada um! Na verdade não sei qual é o pior, sinto até que poderia ter saído de uma mesma batuta!... Será?

É PLÁGIO, NUM TEM JEITO! Mas de quem?... Vamos descobrir qual é o mais é antigo, e para isso, venho pedir uma prestimosa contribuição aos meus amigos de Silver.
Afinal de contas, já cantamos o hino de Tiradentes no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe desde tempos de criança, não é mesmo?
Vamos lá?
Vamos ao desafio:
Descobrir o presunto(1) autor dessa trapaça musical!

(1)comprei o novo uso dessa palavrinha de um amigo espanhol, e estou adorando!

...águas...

eaí...essasaguasfechamounãoesseinverno!
aquijáéverão...osolestáchamandoagenteparaascalles!
vamos?

quinta-feira, abril 17, 2008

[.O vendedor de palavras.]

Ouviu dizer que o Brasil sofria de uma grave falta de palavras.Em um
programa de TV, viu uma escritora lamentando que não se liam livros nesta
terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome
de batismo, como qualquer doença grande, "indigência lexical". Comerciante
de tino que era não perdeu tempo em ter uma idéia fantástica. Pegou
dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar espaço entre os
camelôs. Entre uma banca de relógios e outra de lingerie instalou a sua:
uma mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia:
"Histriônico - apenas R$ 0,50!". Demorou quase quatro horas para que o
primeiro de mais de cinqüenta curiosos parasse e perguntasse.
- O que o senhor está vendendo?
- Palavras, meu senhor.
A promoção do dia é histriônico a cinqüenta centavos
como diz a placa.
- O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas.
Palavras são de todos.
- O senhor sabe o significado de histriônico?
- Não.
- Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas
já têm ou coisas de que elas não precisem.
- Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.
- O senhor tem dicionário em casa?
- Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e
consultar um.
- O senhor estava indo à biblioteca?
- Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.
- Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o
feijão e a alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas
cinqüenta centavos de real!
- Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?
- Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá
de jogá-la fora e o feijão caruncha.
- O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?
- O senhor conhece Nélida Piñon?
- Não.
- É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o País sofre com
a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.
- E por que o senhor não vende livros?
- Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado,
portanto eu as vendo no varejo.
- E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras,
não enchem barriga.
- A escritora também disse que cada palavra corresponde a um
pensamento. Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender
uma palavra por dia, trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos
novos pensamentos cem por cento brasileiros. Isso sem contar os que
furtam o meu produto. São como trombadinhas que saem correndo
com os relógios do meu colega aqui do lado. Olhe aquela senhora com o
carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela carinha de
dona-de-casa ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira. Olhou
minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade.
Mas nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um
dicionário em casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga.
Suponho que para cada pessoa que se dispõe a comprar uma palavra,
pelo menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos
novos em um ano de trabalho.
- O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...
- Jactância.
- Pegar um livro velho...
- Alfarrábio.
- O senhor me interrompe!
- Profaço.
- Está me enrolando, não é?
- Tergiversando.
- Quanta lenga-lenga...
- Ambages.
- Ambages?
- Pode ser também evasivas.
- Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!
- Pusilânime.
- O senhor é engraçadinho, não?
- Finalmente chegamos: histriônico!
- Adeus.
- Ei! Vai embora sem pagar?
- Tome seus cinqüenta centavos.
- São três reais e cinqüenta.
- Como é?
- Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar
para o senhor. Só histriônico estava na promoção, mas como o senhor se
mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.
- Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?
- É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?
- Tem troco para cinco?
Por Fábio Reynol (24 de janeiro de 2007)